Sabe aquele aperto no peito de não ter você aqui? Aquela angústia? Pela companhia, pela rotina, mas principalmente pela transquilidade, confiança e paz de espírito que você me proporcionava.
Plenitude. era assim que me sentia com você. Você me trazia tudo o que eu mais precisava e não tinha. E não tenho sozinha. Essa sensação vem com a responsabilidade de cuidar de você, mas principalmente pelo que você emanava no ar: confiança e segurança de si mesma. Você era assim. Diferente de vários outros cães. Única.
Sei que todos os donos devem pensar isso de seus cães, mas você era diferente. Nunca soube muito bem o porque. Não sabia se era porque tratávamos você como gente, se era porque você entendia tudo ou apenas porque te amávamos e amamos muito. Mas, por onde você passava você era notada, pela beleza, por sua graça, mas principalmente por sua segurança de si.
Uma vez, nas suas últimas semana aqui em casa, minha amiga Ana me ligou e lembrou de você. Nesta ocasião, eu estava fazendo almoço, você me ajudando como sempre fazia – lógico que não com a pata na massa, mas com os olhos e a vontade de que algo caia no chão. Você achou algo. Abocanhou e até hoje não sei o que era. Mas só sei que fazia “creck-creck” na sua boca.
Ela lembrou que quando foi em casa pegar umas coisas para me levar em Paris você veio correndo recebê-la junto com seu marido. E eles estavam conversando com meus pais, e na hora, passaram até vergonha, pois não conseguiam parar de ver, falar e brincar com você. E ela, sabiamente lembrando desse encontro de vocês me disse:
“Ela é tudo o que a gente deve se inspirar para seguir em frente. Ela tem uma segurança de si, uma imponência de sua presença, mas de forma tão particular e independente, que não tem como não prestar atenção nela e não tem com não se apegar”.
Isso tudo se resumia e se resume em sua Força e sua vontade de viver. Sempre.
Espero que eu me lembre sempre disso e pegue um pouco do que você me ensinou, para seguir em frente e voltar a ter paz no coração.