Infinita saudade de suas manhas e de nossas manhãs

by julianacandido83@gmail.com

Todas as minhas manhãs eram iniciadas da mesma forma: com você. Infelizmente não pudemos realmente ficar todas as manhãs de nossas vidas juntas. nem acordar e dormir juntas todos os dias. As vezes a distância atrapalhava, às vezes sua preferência por um lugar mais fresco, às vezes sua preferência por outro quarto. Independência sempre foi seu forte e eu admirava muito isso. Mas todos falam que você puxou a mim neste ponto. E eu acredito. Infelizmente.*

Quando perdemos alguém que amamos muito, às vezes aprimeira coisa que nos passa pela cabeça é o futuro. O que sera de nossa vida sem. Para mim é o futuro que ficou sem esperanças, meu presente que ficou com a tristeza diaria que aperta no peito e o passado com muito arrependimento.

Me arrependo de ter escolhido viajar e sair do pais em sua meia vida. Você sabe que você foi o que mais pesou para eu decidir se iria realmente ou não. Se não foi isso, não exitaria e iria sem pensar. Mas tinha medo. Medo da distância. Medo de eu não estar presente quando você precisasse. Medo de não cuidarem de você do jeito que eu cuidava. Medo; Infinito medo.

Mas infelizmente fui. Foi a melhor e a pior opção da minha vida. A melhor pois tive muitas oportunidades, vi muita coisa, conheci muita coisa e muita gente. Mas foi um ano, e depois mais 3 meses, mais um ano, mas quatro vezes de um mês. Ao total, quase três anos de distância. Se arrependimento matasse, eu teria ido antes de você.

Eu não sei até hoje o que mais doia. Não sei se era as noites e manhãs sem você. Sem seu abraço, sem suas manhãs, sem a correria do primeiro xixi da manhã. Não sei se era a volta quando você ficava feliz por 10 ou 15 minutos e depois ficava receosa que eu partisse novamente e te deixasse. Ai você recuava, ficava desconfiada, distante. Olhando de longe. Você chegava a me evitar. E isso doia muito também. Mas não deixava de te agarrar, te amassar, te apertar. o amor faz isso às vezes. Não importa o outro. Apesar de respeitarmos o espaço e os limites, queremos ter a pessoa amada por perto, abraça-la, beija-la, sem pensar se ha ou não reciprocidade. Nosso amor é suficiente.

Toda noite te pegava na marra para dormir comigo. Ficavamos em conchinha, você com a cabeça embaixo do meu queijo, agarrada com o xuxo e sua bunda e suas pernas ficavam quase no meu joelho. Não podia dormir na posição que eu gostava, pois você me empurrava para ficar como você queria. Mandona como sempre.

Mas às vezes isso durava uns 15 mintutos. Você ficava acordada, na mesma posição, so esperando eu dormir. Quando eu dormia, pronto. Quarto debaixo, com a vo. Até hoje não sei o porque. Mas sei que esse seu comportamento foi depois de minhas indas e vindas. Medo da perda de novo, faz o outro no evitar. Isso doi. Mas é uma medida de auto-proteção que você tomava né? Antes, todos os dias, você dormia e acordava comigo.

Que delicia. Quando ficavamos de costas uma para a outra, você ficava com as suas costas todas encostando na minha, quase empurrando mesmo. Questão de preservar seu espaço. Eu empurrava para revisar, e você, ficava firme no lugar empurrando mais forte ainda. Eu sempre perdia e você ficava feliz com isso. E eu também.

No frio, você so aueria ficar debaixo das cobertas, e tinha que ser a coberta que você queria por baixo, se não fosse, logo você ia buscar outro canto. No calor, você dormia por cima, ou no chão para se refrescar. e dormia bem a noite inteira.

Quando você brincava muito durante o dia, pulava, cantava, e estava cansada, mas feliz, à noite você sonhava (espero que tinham sido sonhos). Você ria, ou tia, ou gemia, não sei bem o que eram seus “ikis, ikis, ikis”. Mais pareciam latidos com a boca fechada. Sim, é boca não focinho, não é mesmo?

E nas manhãs, era eu que me fazia de “bela adormecida” quando estava com preguiça de me  levantar. Era automatico, se eu me mexesse, você pulava correndo para te levar no banheiro. Sei que você ficava esperando. Mas às vezes não aguentava mesmo. Mas você sabe que não fazia isso sempre, não é mesmo?

No meu apartamento, quando ficavamos sozinhas, como ficamos no seu ultimo mês, eu dormia de roupa. Sim, dormia as vezes até de jeans para acordar pronta para levantar e te levar correndo. Tinha um kit ao lado da porta nos esperando: algo para eu prender meu cabelo, prender os seus cabelos, sua roupa (coleira) e o saquinho pratico para o passeio. Era sempre assim: você em primeiro lugar.

Agora o que farei sem você? Minhas manhãs são a cada dia piores e mais vazias. Minhas noites doloridas, meus passeios repletos de lembranças e saudades…

Saudades infinitas de você e de toda sua força e ternura meu amor!!!

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